O mercado Global de Telemedicina crescerá em média 25% e valerá U$ 400 Bi até 2028
- Erivelton Laureano

- 12 de mai de 2021
- 3 min de leitura
A telemedicina está autorizada temporariamente no Brasil, a expectativa é grande para a continuação.

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a Telemedicina é “oferta de serviços ligados aos cuidados com a saúde, nos casos em que a distância é um fator crítico”. Ou seja, para um país continental como o Brasil, um recurso valioso de alcance social.
Nos últimos e 20 anos a Telemedicina se tornou uma realidade a partir da publicação da Resolução 1.643/2002, porém com muitas limitações para seu uso pleno.
Com o advento da pandemia da #COVID-19, o Ofício CFM nº 1756/2020-Cojur e o Ministério da Saúde, por meio da portaria 467/2020 de 20/3/2020, autorizaram em caráter excepcional e temporário as ações de telemedicina, cujo objetivo era de regulamentar e operacionalizar as medidas de enfrentamento da emergência decorrente da epidemia. Logo em seguida, foi sancionada pelo presidente da República a Lei nº 13.989/2020 de 15/4/2020, que dispõe sobre o uso da modalidade durante a crise causada pelo coronavírus.
Para Chao Lung Wen, chefe da Disciplina de Telemedicina da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP): “A Telemedicina começou a ganhar alguma evidência por causa da discussão em 2019, em decorrência da Resolução 2.227 do CFM, porém, efetivamente ganhou protagonismo com a pandemia da COVID-19, quando em 60 dias evoluiu o que não tinha se visto, do ponto de vista de regulamentação, em 18 anos”
"A telemedicina evoluiu em 60 dias os 18 anos de dificuldades em se estabelecer" Chao Lung Wen
O próprio Professor Chao alerta para o cuidado com serviços digitais que se intitulam como Telemedicina, pois nem no sistema público (SUS) e nem no privado (saúde suplementar e particular) tecnicamente estariam bem aparelhados.
Atendimento por vídeo chamada não é telemedicina
Ainda é grande a improvisação nas clínicas e consultórios privados quanto à utilização dos recursos tecnológicos de video e voz. É equivocado atribuir o uso de qualquer recurso à pratica da Telemedicina. É um erro que gera muitos riscos.
Existe uma boa oferta de plataformas de Telemedicina com preços acessíveis tanto nacionais quanto estrangeiras desde que atendam aos requisitos do CFM e da LGPD - Lei Geral de Proteção de Dados. Acredita-se que já sejam mais de 100 plataformas ao todo. Também é possível encontrar as chamadas plataformas "white label" que permitem que a clínica coloque o seu proprio nome no sistema, como forma de personalizar a relação com os pacientes. Adicionalmente o CFM se movimentou e disponibilizou mais recursos, vale a pena conhecer os recursos que o CFM disponibiliza, dentre eles, a validação e prescrição digital.
Crescimento esperado do mercado de Telemedicina até 2027

Restrições de Mercado
Conhecimento do médicos - Profissionais de saúde ainda tem oportunidades de conhecer mais os recursos disponíveis pelos softwares de telemedicina existentes e como integra-los na sua rotina de atendimento.
Aceitação dos pacientes - Pacientes aumentaram de forma exponencial o uso de recursos digitais por ocasião da Covid-19, no entanto o histórico de relacionamento presencial pode ser uma barreira conceitual, principalmente nas especialidades em que demandem exames físicos.
Rede de Internet - Existem grandes irregularidades de cobertura do sinal de internet no Brasil. Regiões com coberturas de 2G, 3G, 4G não garantem uma entrega de boa qualidade, podendo impactar o uso da Telemedicina na sua plenitude.
Invesimentos - em equipamentos, softwares e treinamento das equipes médicas e não médicas demandarão mais planejamento e recursos financeiros.

População Médica no Brasil é atrativo do mercado
Nos últimos 50 anos, o número de médicos cresceu quase quatro vezes mais que o da população. Em 1970, o país tinha 42.718 médicos e uma população de 94,5 milhões de pessoas. Em 2020, são mais de 500 mil médicos para 210 milhões de brasileiros. No período, o número de médicos aumentou 11,7 vezes, enquanto a população subiu 2,2 vezes.

Projeção – A perspectiva é que a proporção de médicos por grupos de 1.000 continue crescendo, já que os médicos trabalham em média 40 anos e anualmente cresce o número de novos formandos. Estima-se que, em 2024, 31.849 novos médicos entrem no mercado de trabalho, o que corresponde ao número de vagas de graduação oferecidas no país em 2017. Esse contingente previsto é mais que o dobro do número de médicos que se registraram nos CRMs em 2012, que foi de 16.425.
Erivelton Laureano - IVF Brazil




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